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Luís Pato e José Pedro Soares protagonizam novo debate
Versão integral online a partir de dia 12 de dezembro
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Casta de amores e desamores, a Baga é um desígnio de vida para Filipa Pato e William Wouters. Tratam-na com o mesmo carinho de pais para filhos, enquadrando-a num ecossistema que vai beber ensinamentos ao passado. Filipa, a criativa, William, o agregador, tornaram-se numa dupla de sucesso que muito tem contribuído para a perceção de uma Bairrada distinta – a que sabe preservar a tradição mas enquadrá-la na contemporaneidade das cartas de alguns dos mais conceituados restaurantes internacionais de ‘fine dining’, onde há mão de sommelier.
Após uma série de entrevistas realizadas com diversos produtores, a Baga, casta bandeira da Bairrada, tem estado nas minhas cogitações. Contra todos os caprichos da moda, Dirk Niepoort (Quinta de Baixo) afirmou que “o patinho feio de quem ninguém gostava tornou-se o vinho mais apreciado pelos conhecedores portugueses”.
“Senhor Baga” ou “senhor Bairrada” são alguns dos epítetos justamente atribuídos a Luís Pato. Nome maior do vinho português e um verdadeiro embaixador de Portugal, o seu reconhecimento internacional deve muito à iconoclastia, inconformismo e, até, rebeldia, que se sempre manifestou, inclusive até no interior da sua própria região.
É uma casta de paixões, que pode originar alguns dos melhores vinhos nacionais e outros com pergaminhos bem menos notáveis…
Carlos Campolargo é um dos mais interessantes protagonistas do vinho português. Muitas vezes politicamente incorreto – quando diz, por exemplo, que a Baga está plantada por toda a região Centro, não sendo um exclusivo da Bairrada e podendo até ter começado pelo Dão, ou quando apela a que a região produza menos vinho mas melhor vinho – , decidiu traçar um rumo para o projeto nascido em seio familiar e com convicção inabalável tem cavalgado sem olhar para trás.