Comer
Pão-de-Ló
Desfaz-se na boca num rendilhado etéreo. Leve como o ar, quase se volatiliza, espécie de véu que respira entre gemas e açúcar, um pouco de farinha em chuva e nuvens de claras em neve, no caso de algumas receitas. Claro, é o nosso pão-de-ló, hoje marca da doçaria nacional, mas que na origem tem pouco de português. De bolo judaico a adaptação de um cozinheiro francês, com múltiplas variantes regionais nascidas em diferentes conventos, certo é que na sua base há uma semântica espiritual. E sim, é uma bênção dos céus.