Vinhos

O Domínio do Açor integra a subregião de Terras de Senhorim, das zonas que apresenta um perfil mais mediterrânico no Dão. Luís Lopes é o enólogo que corporiza o projeto de vinhos. Este Bical, 677 garrafas de um vinho branco avassalador, surpreende pela dimensão que a casta consegue obter.

Mostra nariz cheio de cereja ácida e algum floral. Na boca, tem bastante expressão e nervo. Tem distintas camadas, muita elegância e profundidade. Termina longo e delicioso.

Âmbar, muitos reflexos esverdeados. Notas de maresia, fumo, massapão e amêndoa. A acidez é estonteante, o nervo é perene, o volume possui uma elegância fora do comum, as texturas são notáveis. Nunca termina e expõe um potencial de longevidade que facilmente percorre as próximas décadas.

Dourado, com notas de salicórnia, raspas de lima, toranja e fumo. A matriz atlântica está bem exposta. O volume é suportado por acidez crocante, a estrutura é afirmativa, o final tem profundidade e competência. Um representante insular que merece protagonismo.

Perfil aproximado dos grandes Borgonha, complementando o equilíbrio de fruta com a complexidade do estágio em carvalho francês, de perfil elegante, álcool moderado e forte potencial de envelhecimento em garrafa.

Feito a partir de uma vinha localizada a 700 metros de altitude em solos pobres de granito e com um clima de fortes amplitudes térmicas. Apresenta boa dimensão aromática, óleos de citrinos, mentol, hortelã pimenta. Seco, muito fresco e mineral, a acidez é direta, mentolada. Mostra volume e estrutura

Rubi vivo e intenso, a antecipar muitos anos pela frente. Complexidade aromática com notas de fruta preta e vermelha macerada, alcaçuz, pimenta preta, cedro, cacau e grãos de café. Na boca é sofisticado, acetinado, com tanino monumental, mas modelado, e frescura amparada por belíssima acidez.

A filosofia deste projeto é consequência natural do património vitivinícola (e da paixão) de Pedro Lopes associada ao saber enológico de Nuno Gonzalez. As principais referências da casa correspondem às vinhas que lhe dão origem, como este grande branco feito a partir de Cercial, Bical e Maria Gomes.

Ambarino, dourado. Sotolon que emerge de imediato, fruto seco, noz, fruto cristalizado e bolo de mel. Aromas de garrafa. Algo doce, a acidez emerge com suavidade até dominar a prova de boca. Corpo médio, amêndoa e nota tostada no aroma de boca. Final especiado, com nuance de pimentão-doce.

O nariz é fresco, tem frutas cítricas, um toque de ervas aromáticas e subtil sensação a barrica. Paladar bem calibrado, tem volume, mas é fluído, acompanhado de frescura intuitiva e sugestão de mineralidade. De prazer fácil, mas com belos detalhes. E à mesa é uma aposta ganha. MM

Rubi brilhante, rebordo cereja. Fruta vermelha madura e bonita, framboesa, ameixa. Citrinos maduros. A madeira é discreta, a envolver suave nota de verniz. A boca segue a mesma toada de fruta gulosa, tanino ainda rugoso, mas de qualidade. Conjunto fresco, de final longo e saboroso. MB

Cor âmbar, turbidez evidente. Notas florais e de romã num estilo funk. De acidez bem firme, borbulha refrescante e um final tenso e aguerrido. Um pét-nat desafiante, muito bem conseguido. JJS