Cachola (Rechina ou Moleja)

Fotografia: Fabrice Demoulin
Fátima Iken

Fátima Iken

O emprego do sangue no receituário nacional é amplo e perde-se nas origens do tempo. Rico, espesso e fortificante, o seu uso é transversal.

 

Quantidade: 6 pessoas
Duração: 2 horas

  • 2 kg de miudezas de porco
  • 1 redenho (gordura que envolve as tripas)
  • 1 cachola (fígado de porco)
  • 1 l de sangue
  • 4 dentes de alho
  • 8 grãos de pimenta
  • colorau
  • cravinho moído
  • cominhos
  • sal 
  • fatias de pão caseiro (alternativo)

 

Verte-se num alguidar de barro 1/4 l de vinagre e alguns dentes de alho esmagados e sal, mexendo a mistura com uma colher de pau, sem parar senão pode coalhar. Num tacho aquece-se água e junta-se o sangue, não parando de mexer, e acrescentam-se mais alguns alhos pisados num almofariz, folhas de louro, cominho e cravinho.

Frita-se, entretanto, na banha, o fígado do porco cortado aos quadrados pequenos, a que se costuma juntar também o coração e um pouco de bofe (pulmão), temperado com sal, folhas de louro, alhos, uma pinga de vinho branco, e as especiarias.

Quando a carne estiver frita reserva-se, adicionando toda a gordura desta fritura à da cachola, deixando cozinhar mais algum tempo em lume brando. 

Serve-se bem quente, sobre sopas de pão alentejano (ou não), partido aos bocados, do mesmo tamanho da cachola, em pratos fundos ou tigelas, e junta-se com a sopa.