O segundo jantar do evento Estrelas da Galiza no Oficina decorreu sob os auspícios do chefe Pepe Solla. Membro fundador do Grupo Nove (grupo gastronómico formado por cozinheiros e restaurantes galegos), Pepe Solla é o responsável desde 1994 pela lendária Casa Solla, negócio familiar galardoado com uma Estrela Michelin desde 1980.
Pepe Solla recordou à Revista de Vinhos as suas origens e o percurso nesse afamado restaurante de Poyo, Pontevedra, onde passou inúmeras horas desde criança e, mais tarde, apoiando o pai, chefe de sala, e a mãe, cozinheira. Pepe estabeleceu também por essa via uma profunda ligação aos vinhos, tornando-se sommelier da casa, experiência que o levou a fundar a Associação Galega de Sommeliers.
Quando assumiu a liderança da Casa Solla, Pepe atualizou o seu conceito. O mesmo explica: “A cozinha espanhola e, bem assim, a galega, passaram por uma fase de grande evolução técnica; hoje, a tendência está no produto, ou seja, no aproveitamento dos produtos locais, no nosso caso com grande destaque para os produtos do mar, mas também as carnes e os produtos da terra, sempre com grande respeito pela sazonalidade e pelos ciclos da natureza. Podemos comer tomate o ano todo; mas sabemos que esse tomate não vem dos nossos pomares. Também não faz sentido querer comer lampreia o ano todo”, disse.
Javier Olleros será o chefe que se segue no dia 21 de novembro, neste ambicioso projeto levado a cabo pelo restaurante Oficina, no âmbito da comemoração do seu segundo aniversário.
Este espaço, impulsionado pelo galerista Fernando Santos e liderado pelo chefe Marco Gomes, pretende ser um projeto cultural que junta duas áreas onde a criatividade é figura central: arte e gastronomia.
Instalado numa antiga oficina de automóveis, cujas reminiscências ainda se fazem sentir no interior do espaço, projetado por Paulo Lobo, o Oficina pretende marcar a dinâmica do chamado Bairro da Artes, no Porto, com iniciativas transversais, como este Estrelas da Galiza no Oficina, que decorre até dezembro.