Vinhos Verdes convencem profissionais sul-americanos

Comitivas do Brasil e do México estiveram de visita à Região Demarcada e em contacto direto com operadores económicos

Fotografia: Jorge Matos
Joana Soutosa

Joana Soutosa

No âmbito do plano anual de marketing da Região Demarcada dos Vinhos Verdes e para reforço da posição em mercados estratégicos, como são os casos do mexicano e do brasileiro, a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) trouxe à região profissionais do vinho e da gastronomia daqueles países.

A iniciativa marca pela inovação, ao focar-se não só no vinho mas também no que complementa a experiência do consumo. A gastronomia, as harmonizações e as experiências de enoturismo criam memórias e histórias que são levadas de volta e partilhadas junto de outros consumidores.

O mercado mexicano tem tido uma tendência consistente de crescimento, nos últimos quatro anos, no que diz respeito aos Vinhos Verdes. Como termo de comparação, em 2020 as exportações para o México de Vinhos Verdes cifravam-se nos 65 mil litros em volume e cerca de 190 mil euros, valores que aumentaram, em 2023, para 135 mil litros e para perto dos 450 mil euros, respetivamente. Já o Brasil posiciona-se como o terceiro maior mercado em termos de exportação, registando mais de 7 milhões de euros em 2023.

De 28 de outubro a 1 de novembro, um grupo de sommeliers e chefes de alguns dos melhores restaurantes do México estiveram em Portugal para desmistificar o conceito de Vinhos Verdes, conhecendo produtores emblemáticos e descobrindo todo o potencial da região.

A primeira “saída de campo” foi até ao Mercado de Matosinhos, onde foram desafiados a uma experiência do mar à mesa: escolher um peixe nas bancas e levá-lo a um dos restaurantes do mercado para o confecionar. A responsabilidade foi do Bistrô by Vila Foz, pela mestria do chefe Arnaldo Azevedo. A opinião foi unânime: a harmonização com pratos de peixe é uma combinação vencedora. E o que pode ser feito com a gastronomia mexicana é entusiasmante, facto que todos os participantes fizeram questão de sublinhar, deixando bem claro que a diversidade de estilos e castas desta região faz com que os Vinhos Verdes possam ser apreciados em qualquer parte do globo.

De 19 a 22 de novembro foi a vez da comitiva do Brasil explorar o noroeste de Portugal, começando pela Casa do Vinho Verde, na cidade do Porto.

Após uma breve apresentação da região, os oito profissionais tiveram oportunidade de degustar vinhos, em contacto direto com os produtores representados: Casa de Santa Eulália, Márcio Lopes Winemaker, Quinta do Louridal, Quinta de São Gião, Vercoope, Caves Campelo e Adega Ponte de Lima. Seguiram-se visitas e provas à Quinta da Raza, Aphros Wine, Quinta da Aveleda, Cazas Novas, Quinta D’Amares e Soalheiro.

Embora já conhecessem o Vinho Verde e a casta Alvarinho, em particular, o contacto com os produtores e com os vinhos apresentados aportou conhecimento extra. Sommeliers, chefes de cozinha, wine educators, bloguistas, proprietários de wine bares e importadoras mostraram-se entusiasmados com a descoberta de outras castas e estilos de vinho, do mais leve e jovem aos mais complexos e com capacidade de guarda, com real impacto no mercado brasileiro.