Agustina evocada nas escolas de hotelaria

Almoços relevam a faceta de gastrónoma (e cozinheira) da escritora.

Fotografia: Fotos D.R.
Fátima Iken

Fátima Iken

A escrita e a gastronomia sempre se enlaçaram na sensibilidade literária. O escritor ou o intelectual mantêm uma apetência crítica pela degustação e seu apreço sinestésico, pelo que a caneta e a colher de pau muitas vezes andam a compasso.
Com a escritora Agustina Bessa-Luís o mesmo se passou, até porque a sua escrita se tritura e mastiga com prazer.
Neste sentido, inspirados nos seus romances, decorre uma série de almoços, nas escolas de hotelaria e turismo, um pouco por todo o país, que evocam a faceta de gastrónoma (e cozinheira) da escritora.
Numa organização do Círculo Literário Agustina Bessa-Luís, depois de Lamego, o almoço no Porto decorreu na escola de Hotelaria e Turismo da cidade, inspirado no romance “Os Incuráveis” e deu a provar o “frango de pepitória”.
O ciclo de eventos gastronómicos cujas ementas se inspiram em textos avulso, entrevistas ou obras da escritora pretende revelar algumas das suas facetas menos conhecidas. Em Lamego, a ementa teve como referência uma receita que correspondeu a uma definição de “A Sibila” que Agustina referiu numa conferência proferida na Universidade de Granada em 1987 e, mais recentemente, foi sob o tema do pescado que decorreu novo encontro na Escola de Hotelaria e Turismo de Viana do Castelo.
De acordo com a presidente do Círculo Literário Agustina Bessa-Luís, Mónica Baldaque, a realização desta série de almoços pretende ser “um pretexto para mantermos viva a presença de Agustina e revelar algumas facetas versáteis e pouco conhecidas da sua vida”.
No Porto, o menu integrou um creme Saint Germain, seguindo-se frango em pepitória e uma torta de amêndoa, doce celebrado em casa de Agustina em ocasiões especiais, como a Páscoa ou o Natal.