O Craveiral Farmhouse, turismo da natureza na costa alentejana, e Alexandre Silva, chef com 1 estrela Michelin, juntam-se para criar um projeto gastronómico e agrícola. Um restaurante onde impera o conceito "da horta para a mesa" e a cozinha simples, sazonal, local e criativa.
O lançamento do Craveiral FarmTable por Alexandre Silva está previsto para o início de junho com direito a muitas mesas ao ar livre em comunhão com a natureza. Este é um projeto em que 70% dos ingredientes provêm da horta e do pomar do Craveiral Farmhouse e os restantes 30% de produtores da região de Odemira.
Ao longo da sua vida de cozinheiro, Alexandre Silva já abraçou vários projetos, alcançou diversos públicos e até ganhou uma estrela Michelin (no LOCO, em Lisboa), mas sempre quis ter um espaço que fosse a uma verdadeira "FarmTable", onde pudesse implementar todo o conceito "da horta para a mesa" de forma autêntica, sazonal, local e simples. “Toda a gente fala de sazonalidade e sustentabilidade, mas depois não colocam estes conceitos em prática. Os restaurantes devem preocupar-se e ser verdadeiros e é essa verdade que procuro aqui.”
Por sua vez, Pedro Franca Pinto é um advogado que sempre quis ser agricultor, e que viu o seu sonho concretizado com a criação do Craveiral, um projeto de turismo na natureza em São Teotónio, que é simultaneamente um projeto agrícola, com uma horta de produção biológica e um pomar de 7.000 metros quadrados. Com 38 casas construídas em nove hectares de ar puro e de flora em bruto, o objetivo final sempre foi abastecer o restaurante do hotel, que desde o primeiro dia apostou nos produtos regionais e da horta, defendendo uma filosofia que reflete o luxo da simplicidade.
A ideia desta parceria começou a fermentar no ano passado, quando Alexandre Silva teve no Craveiral um pop-up do seu novo restaurante FOGO. Agora, juntam-se as vontades e os sonhos do chef e do agricultor, com o objetivo maior de criar um restaurante que quer marcar a diferença na gastronomia nacional e ser uma referência a nível internacional de cozinha simples, de produto, local e sem grandes artefactos, e das melhores práticas do conceito “farm to table”.
Em abril de 2020, começaram as plantações dos primeiros hortícolas, estando já prevista uma estufa que permita a produção durante o inverno e um jardim de aromáticas e de flores comestíveis. Assim como a criação de galinhas, patos, gansos e coelhos. O objetivo de médio prazo é produzir no Craveiral Farmhouse cerca de 70% da matéria-prima utilizada no restaurante. Os restantes produtos serão comprados a pequenos produtores locais, de porco alentejano, vaca, borrego, queijos, enchidos, doces, compotas e pão… E o que poderemos esperar desta cozinha? Uma carta que evoca memórias do receituário tradicional, mas que vive ao sabor do que produz a terra e dos ciclos de produção, dando destaque à cozinha de fogo e apostando na experimentação.
Quem estiver alojado no Craveiral Farmhouse pode também contar com receitas desenhadas por Alexandre Silva, que poderá colocar em prática nas cozinhas das respetivas casas, com os mesmos ingredientes utilizados no restaurante. Num futuro próximo, desenha-se já a organização de um evento anual com cozinheiros portugueses e estrangeiros que tenham o conceito de horta para a mesa como prática, potenciando a partilha de ideias e experiências.
Importa referir a implementação de práticas de desperdício zero, reutilizando todo o lixo orgânico da restauração em compostagem e alimentação de animais.