Governo reforça promoção dos vinhos portugueses

14,2 milhões de euros no PEPAC

Fotografia: Daniel Luciano
Luís Alves

Luís Alves

Em detrimento de soluções mais rígidas, como o arranque de vinhas ou a vindima em verde, O Ministério da Agricultura quer apostar na fiscalização de entrada ilegal de vinho e na promoção em mercados externos.

 

O Governo vai aumentar as verbas para promoção internacional dos vinhos portugueses em 14,2 milhões de euros. Em declarações à Revista de Vinhos, à margem da terceira edição do evento Guarda Wine Fest, o Ministro da Agricultura e Pesca, José Manuel Fernandes, afirmou que “a reprogramação do PEPAC [Plano Estratégico da PAC] deverá ser aprovada em outubro próximo”. O responsável política referiu ainda, a propósito dos tão falados excedentes de vinho, que as próximas ações a tomar irão no sentido de “fiscalizar a entrada ilegal de vinho no território português, que deturpam as Denominações de Origem Protegida, e o reforço da promoção em mercados externos e eliminação de barreiras alfândegárias”.

Por oposição, José Manuel Fernandes afastou outras soluções que têm sido aventadas. “Não gosto do arranque de vinha; não gosto da destilação; não gosto da colheita verde. No entanto, vamos avançar para a destilação e será a última vez”, referiu. O valor dedicado à destilação, que para o Ministro é uma “solução-paliativo”, será de 15 milhões de euros.

Sobre a redução do consumo de vinho, que tem sido apontada como uma das causas do excesso de vinho nas adegas, o antigo eurodeputado acredita haver “um ataque ao consumo, à escala da União Europeia”. “O consumo moderado de vinho não faz mal. O vinho faz parte da nossa cultura, modo de vida e tradições. Faz parte do nosso património e está associado à nossa gastronomia”.

O Executivo quer ainda criar uma plataforma até ao final do ano, que poderá ou não assumir a designação de “Observatório”, com o objetivo de disponibilizar a todos os agentes do setor informações como o preço dos vinhos, quantidades e vários outros dados. “Temos de saber o que estamos a gerir e disponibilizamos essa informação de forma transparente”, refere.