No São Martinho vai à adega e prova o…Primoris

Na malga, com as castanhas à espreita e cumprindo um dos mais repetidos ditados populares do vinho.

Fotografia: Fotos D.R.
Luís Alves

Luís Alves

Na malga, com as castanhas à espreita e cumprindo um dos mais repetidos ditados populares do vinho. Eis o Arca Nova Primoris, o “filho” mais novo da Quinta das Arcas. Já está no mercado e entre a vindima e o engarrafamento passaram apenas 18 dias. Cumpre um legado histórico do Minho e dos Vinhos Verdes.

 

É já uma tradição da Quinta das Arcas e antes disso - é bom não esquecer - é uma tradição da região dos Vinhos Verdes. Diz o ditado popular que por alturas do S. Martinho se vai à adega e se prova o vinho. Ora, a Quinta das Arcas não só faz isso como, precisamente por alturas do S. Martinho, já tem o vinho engarrafado e pronto a ser adquirido e consumido pelo cliente. E convém aqui notar as pouquíssimas semanas que distam entre o momento da vindima e o momento do engarrafamento. Aliás, estão plasmadas no rótulo para os mais distraídos. Vindima a 17 de setembro; engarrafado a 4 de novembro. Uns escassos 18 dias e aí está o Arca Nova Primoris 2024, “o primeiro vinho do ano”.

O ano de 2024 é especial e de aniversário. “O Primoris faz 15 anos. Traduz uma expressão moderna e simultaneamente rústica”, começa por apresentar Mário Monteiro, produtor da Quinta das Arcas. “É uma tradição com muitas décadas desta região a que aliamos a técnica enológica e de adega para introduzir um vinho mais desenvolvido e aprimorado”, explica Mário Monteiro.

A produção de 16 mil garrafas, num lote exclusivo, esgota rapidamente, algo que também já se tornou tradição, mostrando uma fidelização dos clientes a este primeiro vinho do ano.

As uvas do Primoris têm origem numa vinha com 10 ha, da casta Vinhão, que são preparadas para produzir este vinho desde o primeiro momento do ciclo. “A poda que fazemos desta vinha prepara as videiras para produzir entre a quatro a cinco toneladas por hectare”, explica Fernando Machado, enólogo da Quinta das Arcas que assina a enologia deste vinho com Henrique Lopes. Já no final do ciclo, na vindima, é feita uma pré-escolha de campo. Já no domínio da enologia, trata-se de um vinho que fermenta entre os 25 e 27ºC, elaborado em lagar tradicional com pisa a pé, sem malolática e, pela primeira vez, sem adição de sulfitos. “Trata-se de um verdadeiro vinho tradicional que tem a expressão máxima na malga”, remata o enólogo Fernando Machado.

A Quinta das Arcas tem feito um trabalho de enorme crescimento desde a fundação por António Esteves Monteiro, em 1985. O ano de 2024 pode mesmo vir a ser de números recorde, com uma faturação prevista de 12 milhões de euros.