São já conhecidos “Os Melhores do Ano 2020” pela Revista de Vinhos, anunciados em programa difundido ontem à noite online nas páginas da publicação no YouTube, Facebook e Instagram. Os vencedores nas 24 categorias, segmentadas pelas áreas do vinho e da gastronomia, representam uma diversidade assinalável de trajetos, entre nomes consagrados e novos atores.
“Encontrar mérito implica estar no terreno para conhecer na primeira pessoa, saber o que se faz em Portugal e o que se passa no mundo para poder acompanhar o dinamismo de setores ágeis e sofisticados, que criam tendências. Classificar esse mérito implica objetividade, rigor, independência e perspicácia, que se tem de aliar e conjugar com esse conhecimento obtido e processado dia a dia. Ter mérito merece reconhecimento. E ´Os Melhores do Ano´ da Revista de Vinhos são o culminar disso mesmo”, enfatiza Nuno Pires, diretor da Revista de Vinhos.
António Guedes e Roberto Guedes, que presidiram até há pouco o Conselho de Administração da Aveleda, foram distinguidos com o “Prémio Homenagem” pelo brilhantismo das carreiras e a forma exemplar como conduziram a sucessão para a nova geração. O enólogo Domingos Soares Franco, que cumpriu a 40ª vindima e soma 39 anos na empresa de família, a José Maria da Fonseca, foi reconhecido “Personalidade do Ano no Vinho”.
Casa da Passarella Vindima 2009, tinto elaborado no Dão, sub-região da Serra da Estrela, pelo enólogo Paulo Nunes, foi eleito “Vinho do Ano”. Fita Preta Vinhos, conduzida por António Maçanita e Sandra Sárria no Alentejo, obteve a distinção de “Produtor do Ano”, enquanto o prémio “Produtor Revelação do Ano” foi entregue a Frederico Machado e Ricardo Alves, da Arribas Wine Company, autênticos Indiana Jones que resgatam vinhas velhas nas Arribas do Douro, Trás-os-Montes. Tiago Sampaio, criador dos Uivo, entre outros vinhos de filosofia minimalista, venceu na categoria “Enólogo Revelação do Ano”.
Filipa Pato, autora de alguns dos mais entusiasmantes vinhos da Bairrada da atualidade, foi eleita “Enóloga do Ano”, enquanto o projeto Villa Oeiras, que resgatou da previsível extinção o vinho fortificado de Carcavelos, por iniciativa do Município local, mereceu a distinção “Produtor de Vinhos Fortificados do Ano”.
Parras Wines, um dos gigantes do vinho português com diversas marcas de relevo em regiões como Lisboa, Tejo e Alentejo, entre outras, venceu na categoria “Empresa do Ano” e os vinhos Conde Vimioso, da Falua, região do Tejo, obtiveram o destaque de “Marca do Ano”, pelo dinamismo e abrangência de portefólio.
A Casa Alcobaça, que tem demonstrado grande interação nas redes sociais nestes tempos de pandemia, venceu na categoria “Garrafeira do Ano” e a Decante Vinhos foi considerada “Distribuidor do Ano”. Marc Pint, do Fifty Seconds, em Lisboa, obteve o título de “Sommelier do Ano”.
A Quinta do Crasto, pelo culminar do projeto “Pat Gen Vineyards”, que tem identificado e visa preservar o património genético da famosa Vinha Maria Teresa, no Douro, ganhou na categoria “Inovação/Investigação do Ano”, enquanto o WoW – World of Wine, em Vila Nova de Gaia, foi eleito “Enoturismo do Ano”.
Gastronomia e um tributo a Licínio Dias
No capítulo gastronómico, a Revista de Vinhos considerou João Cepeda “Personalidade do Ano na Gastronomia”, destacando o mérito da ideia, o arrojo demonstrado e o reconhecimento da internacionalização do conceito para destinos como os EUA, Dubai ou Londres.
Num ano particularmente difícil e turbulento na restauração, Ljubomir Stanisic foi considerado “Chefe de Cozinha do Ano”, por ter sido das vozes mais escutadas do setor e por ter ainda alcançado uma estrela Michelin para o restaurante 100 Maneiras, no Bairro Alto, Lisboa. Stéphanie Audet, canadiana que se radicou em Portugal e dá nas vistas no Senhor Uva, também em Lisboa, conquistou o prémio “Chefe de Cozinha Revelação do Ano”.
O clássico Solar dos Presuntos, em fase de alargamento de instalações e que desde a década de 70 tem conquistado lisboetas e visitantes da capital com sabores de matriz minhota, obteve o prémio “Restaurante do Ano”, enquanto o portuense Vila Foz, pela qualidade da oferta e do serviço apresentados, foi distinguido “Restaurante com Melhor Serviço de Vinhos”.
Lacticínios Marinhas, de Esposende, famosos pelos queijos e pela manteiga que tem sido considerada das melhores em termos internacionais, foi galardoada como “Produtor Artesanal do Ano” e Melgaço, no Alto Minho, pela diversidade de propostas enogastronómicas, culturais, patrimoniais e de turismo de natureza, a que se junta a grande vertente promocional de um território conhecido pelo Alvarinho e pelo fumeiro, recebeu o prémio “Destino Gastronómico do Ano”.
Por fim, realçar o prémio “Personalidade do Ano no Brasil” atribuído a Licínio Dias, recentemente desaparecido. Foi o criador da importadora Épice, um grande divulgador dos vinhos e da gastronomia no Nordeste brasileiro, reconhecido ainda pelo notável trabalho de promoção de referências portuguesas no Brasil.
A Revista de Vinhos anunciou e entregou os prémios através da difusão de um programa online, emitido nas páginas de YouTube, Facebook e Instagram da publicação. Todos os detalhes, incluindo o “TOP 30 Vinhos Excelência 2020”, surgem na edição de fevereiro da Revista de Vinhos, desde hoje disponível nas bancas e também em versão digital.