Pedro Silva Reis, Rui Sanches e Rubens Menin distinguidos com os prémios “Personalidade”, Susana Esteban é “Produtor do Ano”, Rui Cunha “Enólogo do Ano”, Vinha Negrosa 2019 “Vinho do Ano”, Näperõn “Restaurante do Ano” e Paulo Morais “Chefe de Ano”.
A Revista de Vinhos acaba de anunciar os grandes vencedores dos prémios “Os Melhores do Ano 2022”, em cerimónia que lotou a Sala do Arquivo do Centro de Congressos da Alfândega do Porto. E os vencedores são…
O presidente da Real Companhia Velha, Pedro Silva Reis, que completou 40 anos de carreira, foi considerado “Personalidade do Ano no Vinho” em reconhecimento pelo trabalho efetuado na recuperação e projeção contemporânea da empresa fundada a par da Demarcação e Regulamentação da Região Vinhateira do Douro, em 1756. Rui Sanches, empresário e mentor do grupo de restauração Plateform, que hoje possui 149 restaurantes e emprega cerca de 2.400 colaboradores, foi distinguido “Personalidade do Ano na Gastronomia”, sublinhando-se a visão empreendedora e a diversidade qualitativa de propostas de conceitos como os restaurantes Alma, Rocco ou a marca Vitaminas. Rubens Menin, multimilionário brasileiro com investimentos diversificados em setores como a construção, a banca e os Media, foi considerado “Personalidade do Ano no Brasil”, realçando-se os 35 milhões de euros já investidos no Douro, na Menin Wine Company.
Vinha Negrosa 2019, tinto do Dão elaborado no sopé da Serra da Estrela pelo produtor Marcelo Villela Araújo, mentor dos Textura Wines, com enologia de Luis Seabra e Mariana Salvador, obtido a partir das castas Jaen (50%) e Alfrocheiro (50%) de uma vinha com mais de 30 anos, obteve a distinção “Vinho do Ano”. Susana Esteban, enóloga galega há vários anos radicada em Portugal e que há mais de uma década empreendeu um projeto pessoal no norte do Alentejo, conquistou o título “Produtor do Ano”. A Blandy´s, insígnia do universo Madeira Wine Company, conceituada pela elaboração de Vinhos Madeira profundamente equilibrados, foi a eleita na categoria “Produtor de Vinhos Fortificados do Ano”. De Colares, Sintra, região de vinhos de Lisboa, a Quinta de San Michel, idealizada por Joaquim Camilo e que aposta em castas como a Malvasia de Colares, Galego Dourado ou Ramisco, conquistou a distinção “Produtor Revelação do Ano”.
A Quinta da Lixa, quarto maior produtor da região dos Vinhos Verdes ao vinificar 7,4 milhões de garrafas anuais, é “Empresa do Ano”, enquanto o título de “Marca do Ano” foi atribuído à Graham’s, referencial no Vinho do Porto e que recentemente assinalou o bicentenário.
Rui Cunha, enólogo que celebra 25 anos de carreira e colabora com vários produtores das regiões do Douro, Trás-os-Montes e Vinhos Verdes, foi considerado “Enólogo do Ano” e Luís Pedro Cândido da Silva, a trabalhar na Niepoort e no projeto de família Quinta da Carolina, recebeu a distinção “Enólogo Revelação do Ano”.
Restaurantes, Inovação e Serviço
Carlos Monteiro, que coordena o serviço de vinhos da Casa de Chá da Boa Nova, restaurante duas estrelas Michelin do chefe Rui Paula, em Leça da Palmeira, foi considerado “Sommelier do Ano”. A Garcias Wines & Spirits Boutique Comporta ficou com o sublinhado de “Loja/Garrafeira do Ano”. O “Enoturismo do Ano” foi atribuído à The Vine House, o novo enoturismo da duriense Quinta de S. Luiz, e a cidade da Guarda foi considerada “Destino Gastronómico do Ano”.
O prémio “Inovação/Investigação do Ano” sublinhou o trabalho do laboratório colaborativo Smart Farm Colab, sediado em Torres Vedras e que tem desenvolvido tecnologia de apoio à indústria agrícola, resultado de uma parceria entre a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, o Instituto Politécnico de Leiria e o Instituto Universitário de Lisboa. A distinção “Distribuidor do Ano” elegeu a Viborel, que em 2022 transacionou 16 milhões de garrafas e registou um volume de negócios de 56 milhões de euros.
A costa vicentina surge em destaque no capítulo gastronómico. O Näperõn, em Odeceixe, do chefe Hugo Nascimento, ganhou o prémio “Restaurante do Ano” e a chefe de cozinha Ana Moura, do restaurante Lamelas, em Porto Côvo, venceu a promissora categoria “Chefe Revelação do Ano”. De Vila Real de Santo António, Algarve, a Sociedade Pescas Pelágicas obteve o galardão de “Produtor Artesanal do Ano” por ser guardiã da tradicional muxama de atum.
Paulo Morais, o mais experimente sushiman português, foi eleito “Chefe de Cozinha do Ano” pela excelência, criatividade e precisão do trabalho no restaurante Kanazawa, em Lisboa, e o também lisboeta Kabuki, do Four Seasons Hotel Ritz, onde pontifica o sommelier Felipe Wang, granjeou a distinção de “Melhor Serviço de Vinhos”.
A Revista de Vinhos atribuiu ainda o prémio Homenagem a dois grandes nomes do vinho – o produtor Domingos Alves de Sousa e o enólogo Peter Bright. A par disso entregou os diplomas aos 30 “Vinhos Excelência” eleitos pelos provadores da publicação e distinguiu o Soalheiro Alvarinho 2021 como “Compra do Ano”.
Realizados desde 1996, “Os Melhores do Ano” são tidos pelo setor como os “óscares do vinho e da gastronomia” em Portugal. São ainda o destaque da edição de fevereiro da Revista de Vinhos, em banca a partir deste sábado, dia 3 de fevereiro.