Projeto turístico emblemático - e pioneiro - no Douro, o Six Senses Douro Valley abraça a sustentabilidade e o bem-estar como elementos diferenciadores. Mas o hotel nunca nos deixa esquecer as suas origens históricas, conjugando-as de forma exemplar com os elementos característicos desta região de vinhos tão única, sublinhada por paisagens ímpares e uma gastronomia de eleição.
O hotel nasceu na Quinta do Vale Abraão, que inspirou artistas como Manoel de Oliveira e Agustina, integrando elementos arquitetónicos de linguagens distintas, enformados pela paisagem de vinhas e pelo rio Douro.
O projeto de reabilitação e ampliação dos edifícios para acomodar um hotel de luxo, da autoria do arquiteto Luís Rebelo de Andrade, implicava a passagem de 4.000m2 de área de construção para 22.000m2; a necessidade de integrar este volume foi cumprida pela criação de jardins verticais, terraços ajardinados com linhas de vinha, vastas áreas de jardins e horta.
É essa perceção que nos assoma quando percorremos a estrada que liga a Régua a Samodães, e já antes, a espaços, na famosíssima EN222, eleita em 2015 a melhor estrada do mundo para conduzir – ano em que, curiosamente, abririam as portas do Six Senses Douro Valley, em acordo de exploração com o fundo Discovery Portugal Real Estate Fund, gerido pela Explorer Investments, proprietário do imóvel.
A reformulação do hotel, que conta hoje com 60 quartos e suites e é dirigido por André Baldini, que veio do Four Seasons de Londres, incluiu a reconversão do outrora designado Business Center do Six Senses Douro Valley para albergar 10 novas suites. Estas destacam-se pelas suas zonas exteriores privativas, integradas no tecido paisagístico, como são o caso, no último piso da cobertura, das duas suites com acesso, através de pontes, a dois Secret Gardens com jacuzzi.
Os interiores foram retrabalhados pelo gabinete de arquitetura Clodagh Design, de Nova Iorque, apostando na utilização de materiais ecológicos como pedra, cortiça e madeira, em tons bege e cinza claro, trazendo nova luz e brilho aos interiores. Outra constante em todo o hotel é a ligação, nunca esquecida, às origens do edifício e à família Serpa Pimentel, antiga proprietária da quinta.
Um mergulho na piscina
A sustentabilidade e o wellness são, como referimos, a pedra de toque do conceito desta unidade. Numa área total de 8 hectares, dos quais 2 hectares reportam-se a jardins e horta e 4 hectares de uma belíssima área florestal, de cariz romântico, a oferta do Six Senses Douro Valley crescerá, no próximo verão, com nove quartos e duas villas. O preço dos quartos oscila entre 400 euros (preço mínimo do ano) a 3.000 euros (preço máximo por quarto).
O spa e piscina interior merecem um destaque especial. Com vista panorâmica para a floresta circundante, a piscina proporciona terapia de som subaquática, jatos de massagem, ou simplesmente o prazer de nadar. No spa, os tratamentos incluem cromoterapia e crioterapia, ou atividades como Yoga, Tai Chi e Pilates.
E, por falar em atividades, muito há para fazer no Six Senses Douro Valley. Um calendário semanal preenchido inclui workshops de destilação e extração de óleos essenciais no Alchemy Bar, para além de atividades no exterior, como Vineyard Walk, Downhill Mountain Biking ou Rafting - os mais afoitos podem até trepar às árvores… Para sensações mais amenas, os hóspedes podem optar por pintura de azulejos, provas diárias de vinhos, bem como workshops de culinária, gastronomia e padaria.
Ainda neste capítulo, destaque para o Six Senses Earth Lab que, através de workshops diversos, procura mostrar aos hóspedes como recuperar técnicas tradicionais de conservação de alimentos, plantação e culturas de ervas aromáticas e outras hortícolas em modo biológico ou até elaboração de vinagres; mas também compostagem e aproveitamento de resíduos, por exemplo. Aliás, tudo o que é produzido neste espaço é reaproveitado nas cozinhas do hotel ou comercializado localmente e online.
Gastronomia de terroir
Escusado será relembrar que a gastronomia e os vinhos ocupam um papel central no conceito do Six Senses Douro Valley. A liderar a cozinha está o Chefe Executivo Marc Lóres, catalão que chegou ao Douro oriundo do Six Senses Uluwatu, em Bali, Indonésia. Nos vários espaços de restauração, como o Vale Abraão, dominado pela cozinha aberta e pelos imponentes fornos a lenha, ou mesmo no Quinta Bar e Lounge e na Wine Library and Terrace, dá largas à “gastronomia de terroir, com uma proposta de produto e de território”, explica.
No fundo, o conceito abraça “a sustentabilidade”, desde logo “na utilização do produto da região e de proximidade”, visando “trabalhar com parceiros e produtores da região” e “criar uma conexão com a gente do território”, assinala Marc Lóres.
E, claro, nos vinhos, onde “mais de 50% da carta” é composta por referências da região, como refere o sommelier José Marta, a que se junta “uma componente importante de vinhos orgânicos e naturais” e a “seleção de vinhos internacionais”. Porém, acrescenta, os hóspedes, numa grande percentagem de estrangeiros, como “americanos, brasileiros e muitos espanhóis”, sublinha Joana Vanzeller, “procuram saber mais sobre vinhos do Douro e do Porto” - há mesmo uma prova diária sobre a região, os solos e o clima, bem como Vinho do Porto. O lugar perfeito para uns dias de abandono, ao sabor da corrente do rio Douro e das paisagens de xisto.
Six Senses Douro Valley
Quinta Vale de Abraão, Samodães, Lamego
5100-758 Lamego
T. 254660600
E. reservations-dourovalley@sixsenses.com